segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Faltam médicos para o atendimento de especialidades pelo SUS

Na avaliação do vice-presidente do Sindicato dos Médicos do Estado de Santa Catarina (Simesc) e médico em unidade de saúde de Florianópolis, César Ferraresi, o agendamento de consultas pelo PSF é mais complicado quando se trata da atenção secundária. Ferraresi lembra que nem todos especialistas atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e que pacientes de cidades do interior têm maior dificuldade em conseguir consulta com um cardiologista ou neurologista, por exemplo. 

Além disso, lembra que as condições de trabalho e os salários na saúde pública são pouco convidativos, o que faz com que a falta de médicos seja uma constante. De acordo com o Simesc, os salários variam entre R$ 2 mil a R$ 14 mil. Na Capital, no primeiro semestre deste ano, os médicos suspenderam por 10 vezes os atendimentos nos 50 centros de saúde da rede municipal para protestar por melhores condições de trabalho.

O grande problema da saúde pública é a falta de recursos humanos. Em Santa Catarina, há estrutura e não faltam médicos formados, mas é difícil um profissional permanecer na saúde pública. Quando um médico da saúde pública falta, toda comunidade é prejudicada — afirma Ferraresi.
Segundo a secretaria de saúde de Florianópolis, desde 2010, 173 médicos deixaram as unidades de saúde. No mesmo período, foram contratados 216 profissionais. No total, são 249 médicos. De acordo com a secretaria, por especialidade, o atendimento demora entre uma semana e 15 dias. 

segunda-feira, 7 de abril de 2014

                                                             Como esta no Brasil
A cada ano o Brasil vem galgando posições no ranking baseado no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da ONU, especialmente por conta do incremento na renda da população mais pobre. Em muitas cidades no interior, contudo, a melhoria na qualidade de vida esbarra na saúde pública. Mesmo com mais dinheiro, as cidades continuam pobres quando o assunto é médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde.
A realidade de abandono da saúde em cidades brasileiras foi revelada em um estudo do Conselho Federal de Medicina (CFM) divulgado no começo de fevereiro. De acordo com o levantamento, o Brasil enfrenta hoje uma situação de profunda desigualdade de médicos por seu território. Enquanto regiões como a Sudeste possuem 2,67 médicos com registro ativo no CFM a cada mil habitantes, a região Norte apresenta apenas 1,01 médico para mil pessoas. A desigualdade fica mais explícita quando se compara as capitais. Cidades como Porto Alegre e Rio de Janeiro têm, respectivamente, 8,73 e 6,18 médicos para mil habitantes, enquanto Rio Branco e Macapá apresentam 1,91 e 1,38, respectivamente.